Silêncio de um amor acordado
Tanto teria para te dizer
Pois tanto tenho para te amar
Mas pressinto que palavras não existem...
Todo este alfabeto
Que transita pela língua
E cai nos ouvidos de modo torto,
Que define tudo de forma tão rasa,
Já não consegue mais representar
Tudo que de melhor em ti eu posso reparar.
E se não consigo definir essa tua beleza,
Por que tento usar as linhas, as palavras e os versos?
Suspeito que faço para continuar percebendo
O quanto todas as letras continuam não cabendo...
E não cabendo,
Não tenho como definir coisas sobre essa tua natureza,
E já que palavras não existem para tanto.
E por mais que elas insistam
Palavras não existem... Não existem...
Eu prefiro continuar em silêncio,
Deslisando minhas mãos sobre a tua pele,
Sentindo o teu beijo,
Retirando de ti todas as peças de roupa,
Trocando palavras por outras coisas
Até adormecer novamente.
Entendendo o verdadeiro sentido desse nosso silêncio,
Completamente adormecido sobre teus braços.
Silêncio...
Silêncio...
Eu não preciso e nem quero desse sonho ser acordado!
Silêncio...
Silêncio...
Silêncio...
Adormecido sobre teus braços.
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