Um canto para a Lua
Poder olhar pra ti, lua
Inteira, sem sombra, nua
É poder sair de mim um instante
E fazer de tudo que eu pense
Um verso que eu cante.
Sob teus raios, embebidos na pele,
Descanso meu corpo totalmente entregue.
Sob tua claridade, lua
Eu não sou mais poeta,
Sou apenas seta, meta correta, uma rua.
Quem dera todos os raios que surgissem no mundo
Fossem de ti, lua
Pois embanhado em teus braços estaria eternamente
E crente
Que um homem que chora
E principalmente aquele que sente
Não pode ser o mesmo que os outros,
Se estiver ele solto na tua rua,
Eu me entregaria para ti, lua.
Entregaria minha alma por inteiro,
Deixaria me levares para o espaço,
Onde tudo que eu faço se tornaria leve
E onde, em breve, eu me tornaria um astro
E circularia em torno de ti.
Quão bom seria ser teu satélite,
Estar em tua órbita e, inerte,
Deixar que meus pensamentos sobre ti se diluíssem
E eu me tornasse parte de um mundo celeste.
Onde o motivo de toda minha poesia seria você.
E tudo que em rima eu dissesse, seria apenas um canto pra você.
Minha lua
Nua
Rua sua
Eu sou
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