O Autor de um Crime Perfeito
Sobre a mesa uma antiga máquina de escrever parecia por horas descansar. Os papéis amassados, jogados no chão, pareciam dizer que as idéias que afloraram na mente de quem os escrevera foram inúteis, momentâneas e sem qualquer inspiração. Recostado na cadeira, com o pensamento distante e tragando um cigarro estava ele, Dickens, o escritor.
Em seu gabinete as histórias repercutiam pelos cantos. Na estante, Tolstoi reluzia; Bram Stoker um pouco usado, mas Allan Poe bastante velho. O grande “Crime e Castigo”, em suas várias versões, permanecia intacto. Exceto um único exemplar, o mais antigo (De todos o que fora mais lido). Compenetrado, entre a tragada e o pensamento, ele mantinha o olhar fixo que se apertava apenas ao usufruir a fumaça do cigarro. Dickens, o escritor, tal como O Grande, permanecia sem idéias.
Seu maior desejo era escrever a história de um assassinato. Mas não qualquer história, não qualquer assassinato. Queria algo estilo Sherlock Holmes, mas nada que fosse realmente a ele imitável porque não seria tão grande. O que queria era tão somente um texto cativante que surpreendesse o público e que ficasse marcado por um bom tempo na vida de quem o tivesse sorvido. Daquele tipo de romance cuja estratégia é fazer com que se leia e se volte a ler outras tantas vezes para fixar seu conteúdo na memória.
Meio ao devaneio do seu pensamento, unido ao desenho lento da fumaça do belmonte que se espalhava pelo ar, a porta do gabinete repentinamente se abriu: Era Stela, sua linda secretária. Stela era o tipo avassalador de secretária. Realmente aquela que não deixa os que gostavam da espécie se incomodarem por esperar mais um instante na recepção. Mas Dickens não a tinha para agradar a quem quer que fosse e sim a ele próprio. Era ela seu motivo de inspiração, senão para escrever romances policiais, pelo menos para estimular seus devassos pensamentos eróticos quando estava sozinho. Após a entrada da secretária, Dickens parou o olhar sobre ela momentaneamente, e ela, correspondendo de forma quase oferecida, lhe disse:
- Há uma senhora chamada Any que deseja falar com o senhor.
- Faça-a entrar.
- Com licença.
Após girar sobre seu eixo, deixando aparente a beleza de suas pernas graciosas, a secretária retirou-se e deixou a porta entreaberta. O espaço entre a porta deu lugar à luz da janela que ficava ao fim da outra sala onde os demais funcionários trabalhavam incessantemente. Dickens continuou a fumar seu cigarro e aos poucos começou a ver a figura de Any que, por entre a fresta, apareceu e começou a adentrar ao recinto quase como as grandes estrelas hollywoodianas fazem ao som das sinfonias e dos grandes temas musicais em cenas em tudo primorosas. Uma senhora vestida num vestido preto que desenhava muito bem as suas curvas, chapéu elegante na cabeça e um batom vermelho sobre seus lábios carnudos. Aos poucos ela levantou o rosto e mostrou toda a beleza de sua face definida, de pele regularmente lisa, sem deixar escapar sequer qualquer nuance de espinha ou de ruga.
Dickens impressionou-se com tanta beleza. No entanto, não demonstrou nenhuma atitude, soltou apenas uma baforada e olhou obstinadamente o olhar daquela criatura. Percebendo a estranheza do silêncio proferiu as palavras mais lógicas, óbvias e adequadas para o momento:
- Sente-se, por favor.
A mulher se sentou sem nada falar.
- Em que posso ajudá-la?
Any, fixando sua figura, recostou-se na cadeira e numa cruzada de penas elegantemente sedutora proferiu:
- Soube que é um dos maiores escritores do momento.
Ainda encantado, porém orgulhoso de sua proeza ele responde:
- É o que dizem, embora não tenha tanta certeza.
- Ah, modéstia. Li alguns de seus livros. É rápido, lembra o Stephen King.
Convencidíssimo e num disfarce orgulhoso de sua humildade, sem conter um sorriso ele responde:
- Ora, nem tanto...
- Não esconda seu ouro. É exatamente este o motivo que me trouxe até aqui.
Ele, que não se continha parado num canto, neste momento, ao observar os grandes autores em sua estante, quase que se sentindo um deles, para e pergunta:
- É este o motivo?
E caminhando vagarosamente de volta a sua cadeira, ele completa:
- Não compreendo...
Quando Dickens sentou, Any aproximou-se da mesa e, olhando dentro de seus olhos e quase como quem conta um segredo, ela disse:
- Quero que conte uma história. Um romance. Policial.
Dickens fez cara de mudo e sem se conter em ficar parado acendeu outro Delmonte e levantou circulando novamente pela sala.
- Policial... História verídica? (mexendo nos livros e com o cigarro na boca)
- Sim.
- E qual o fato?
- Um assassinato. Aconteceu ontem.
Dickens ficou intrigado com a resposta e olhou questionante por detrás da mulher.
- Aconteceu ontem?
- Sim, em minha casa.
Dickens então retomou sua origem e questionou:
- Matou seu marido?
A mulher com um riso curto nos lábios puxou da bolsa uma cigarreira e olhando pra ele perguntou:
- Posso?
Dickens já começava a suar. Relutante na resposta, passou a mão direita sobre a testa e estendendo a mesma para ela autorizou. A mulher retirou o cigarro, acendeu, tragou e soltando a fumaça escapou:
- Sim e não.
Ele questionou:
- Como sim e não?
- Matei-o apenas na minha cabeça.
- Entendo, mato-o no desejo... Na imaginação!
- Sim
- Maquinou...
Após a baforada...
- Maquinei.
Nervoso, porém mais aliviado, e quase que de si para si, Dickens responde:
- É... Normal, isso acontece.
Num sorriso de canto:
- Acontece. Muito...
- E a senhora quer que eu faça disso uma história?
- Sim.
Dickens nervosamente acendeu outro Delmonte, tragou e disse seu preço de forma abusiva, já mesmo na tentativa de fazê-la desistir.
- Eu cobro cinco mil... Dólares.
Após uma pausa, também tragando um cigarro, Any disse:
- É pouco. Dou-lhe cinquenta mil... Libras.
Dickens engasgou-se e olhou estranho, paralisado, fazendo perguntas, e no meio de tantas deu uma baforada e disse:
- Fechado.
Logo em seguida, depois dos sorrisos, Dickens perguntou sobre a história e a mulher começou a fornecer os fatos. Era um crime perfeito: O marido morrera envenenado com o próprio remédio. Overdose. Situação perfeita, no entanto, um pouco assustadora. Indicaria um possível suicídio, embora não fosse. Justamente o tipo de crime que procurava e que gostaria de escrever. Ao término da tarde, com informações suficientes para o início da história e o cansaço já presente, resolveram parar e marcar para um outro dia uma nova sessão. Ao sair, a bela dama lhe deu um adiantamento e, ao bater a porta, Dickens se dispôs logo ante a máquina onde introduziu o papel e de forma praticamente lúdica e muito frenética começou a escrever seu primeiro capítulo.
O relógio girou apressadamente e as folhas escritas se amontoaram sobre a mesa. Dickens, excitadíssimo com a história, não retornou para casa e acabou mesmo por dormir com os pés sobre a mesa, recostado na cadeira e com alguns capítulos entre as mãos e sobre seu peito. De madrugada o telefone tocou... Pulando da cadeira atendeu:
- Alô, Alô... Não, não.- Sua esposa estava frustrada. Já o esperava há horas em sua casa e queria saber se ele dormiria em casa ou... se ela poderia chamar o vizinho - Vou dormir no escritório mesmo. Estou com muito trabalho... É... Está.
E ignorantemente respondeu:
-Pode chamar, o problema é seu...
E desligou:
-Tchau.
Ainda desnorteado, ele olhou no relógio de pulso, foi até a janela e abriu uma fresta da persiana com os dedos, donde observou o movimento dos carros. O Maço de Delmonte estava sobre a mesa e nele só continha um cigarro. Dickens retirou, acendeu e o tragou reflexivo por um instante. Em seguida pegou a carteira, colocou os suspensórios e o paletó e desceu para tomar um café na rua.
À tarde, depois da hora do almoço, Dickens retornou a rotina da história que, com o passar dos dias, escrevia cada vez de forma mais incisiva e incessante... O texto fluía e as idéias eram mais rápidas que seu próprio pensamento. Poucas vezes ia para casa e muitas noites dormia sobre a máquina. Nunca pensava em descansar.
No dia combinado, pelo final da tarde, Any novamente apareceu, desta vez num vestido cor de rosa e com um belo colar cintilante. Dickens ofereceu o lugar à frente de sua mesa e retirando os papéis da gaveta lhe entregou e disse:
- Está aí, até onde quis me ajudar. Preciso saber a idéia final para terminar.
O texto falava de uma louca aventura de uma mulher e seu amante, um guarda costas. A mulher tentava matar o marido para ficar com a herança que o velho lhe tornara disponível. Um romance policial baseado nos requintes de Conan Doyle, induzindo um crime perfeito, como ela mesma o tinha revelado e ele há tanto havia desejado.
A bela mulher passou os olhos sobre as inúmeras páginas durante horas enquanto Dickens fumava sem parar. Após encher o cinzeiro e após observar que ela lera o último ponto, ele disse:
- E então?
- Muito bom!
- Bom que gostou! Preciso saber apenas o final que tinha em mente para continuar. Em um mês lhe entrego tudo, corrigido e assinado, excluindo você da obrigação com os direitos autorais, é claro. Vou pegar um bloco para anotar...
E no exato momento em que Dickens dá as costas na direção do armário, ela disse:
- Não tem final.
Vagarosamente Dickens voltou-se para Any que continuava com os papéis entre as mãos:
- Não tem mais dados para me dar?
- Não. É que eu parei justamente na parte em que a mulher e o detetive planejavam o assassinato. É neste momento que eles decidem procurar um escritor, um romancista policial, para dar o melhor desfecho ao acontecimento. Como sabe, não há tantos talentos que se destacam no estilo. Agatha Christie e Conan Doyle já não são mais vivos. Mas se fossem ela ou ele seriam os mais indicados para terminar essa história. No entanto... Como já não se fazem entre nós, então eles, o detetive e a mulher, escolhem Dickens o melhor escritor policial do momento. Ele certamente saberá como fechar a história da melhor maneira, sem deixar suspeitas. O final é seu, querido.
Revoltosamente Dickens retorna e bate com as mãos sobre a mesa:
- Isto é um absurdo! Escuta aqui... Eu não vou ser cúmplice deste assassinato! Não vou! Se a senhora quer matar seu marido, que mate, mas eu não vou participar disto com o meu final. Termine a história a senhora mesma. – E sai...
- Ora Dickens, você não vai poder fazer isto. Eu lhe dei um adiantamento, não se esqueça. Certamente você já o deve ter usado, não é mesmo? Afinal seus negócios não andam tão bem assim. (sorriu entre os lábios) Tudo bem, eu não aceitaria mesmo o retorno. – Any agora se prepara para sair e caminhando até a porta (Dickens a segurava neste momento) completou: - Acho bom que termine, caso contrário a única coisa que escreverá antes da sua morte será a mensagem de adeus do seu próprio túmulo. Ou... de sua família... Em quatro dias estarei de volta. Espero que tenha um bom final. Adeus!
Ao bater da porta Dickens se sentiu perplexo, sem ação. Fez várias perguntas sem resposta. Pegou o telefone, pensou em fazer uma ligação; refletiu por um instante, repôs o fone no gancho, pegou seu casaco, hesitou e então saiu.
Dickens passou o dia inteiro num bar da rua do escritório e em menos de cinco horas, sem nunca ter bebido, tornou-se um verdadeiro alcoólatra.
No dia seguinte, enquanto todos trabalhavam frenéticos no jornal, Dickens adentrou à primeira sala batendo forte a porta de entrada. Todos ficaram simultaneamente paralisados e o silêncio ecoou. O estado de Dickens era deplorável: Gravata torta, roupas sujas, cabelo assanhado, olhar caído, um perfeito mendigo. Parado diante de todos, e com o paletó sobre costas, ele olhou firmemente para a multidão imóvel e disse:
- No mundo dos homens, a dúvida maior que constitui herança de uns, bem estar de outros e o destino da vida em seu recorte é a decisão de cometer um crime hediondo, permitindo à vida seu bem estar através da morte, sendo ela sua própria sorte. Tudo pelo dinheiro! Viva ao pequeno pedaço de papel infecto que faz a humanidade ser pior do que o que já é... Trabalhem! Valorizem seus salários! Este jornal não pode parar!
E caminhando em direção de seu escritório, cambaleando, ainda sob o efeito da vodka, ele entrou pra sua sala, bateu forte a porta de entrada e sua sessão refratária e elucidativa se fez terminar naquele momento.
Dentro da sala, Dickens chorou como criança: Espalhou todos aqueles livros e atirou todos exemplares de crime pela janela. Da vida já não tinha esperanças, apesar de saber que por ela, e pelos filhos, deveria represar a vontade de dela se livrar. Então, momentos depois, dentro da fúria ordinária que o fazia se sentir ser minúsculo por se ver preso ao final de uma história que agora não mais gostaria de contar, ele se sentou diante da máquina e contendo o choro revoltoso pegou o papel, inseriu no rolo, e a história se pôs a terminar. Dickens escreveu durante horas e horas e somente quando chegou ao final é que puxou o Delmonte, ascendeu e o tragou profundamente. Quase que num choro sóbrio ele suspirou.
Ao amanhecer, debruçado sobre os papéis corrigidos, dormia o sono mais imerso e profundo que jamais teria tido em toda sua vida se não fosse devido à tamanha catástrofe física e psicológica.
Ao despertar, teve no ato um sobressalto. Assustado, olhou em volta com um ar de quem foge de algo, se espalmou na parede e só então depois que se deu conta de que sua agonia momentânea era um sonho louco ou coisas de seu “movimento imaginário” (devido às circunstâncias vividas) é que se acalmou um pouco respirando ofegante enxugando o suor que escorria pelo rosto. Num tom quase que de resmungue se dispôs a falar sozinho colocando e respondendo perguntas num diálogo constante e incessante que fazia consigo mesmo. Caminhando pela sala como um louco, Dickens recostou-se sobre a mesa e viu ao seu lado o telefone. Ficou parado por alguns segundos...
Numa atitude decisiva, após uma angústia furiosa que devorava seu ser naquele momento e que o deixara não apenas mudo como também em estado cataléptico, ele retirou o telefone do gancho e fez uma ligação:
- Alô? Senhora Any Gourson... Dickens, obrigado...
Após a conversa por telefone, Any veio ao escritório acompanhada de seu amante, o tal guarda costas. Equanto Dickens fumava na janela, ela lia o restante da história. Seu amante recolhia as páginas que ela o entregava toda vez que passava de uma para a próxima. Ao término de três horas seguidas, Any terminara de ler o romance e em poucas palavras resumiu:
- Esplêndido! Você é o autor de um crime perfeito! Sem provas, sem suspeitos... Tudo na mais perfeita forma. Como diriam os estudiosos: “Você é um homem do futuro, Dickens” O Romance é perfeito, porém um tanto quanto dramático... Aquela parte do escritor...
- Não lhe dou este direito. Se eu quiser que ele morra, ele morre. Fiz a obra, aí está. Um crime ao modo de Holmes e de Christie e tão rápido quanto King. Baseado em fatos e estratégias minuciosamente repensados. Agora que está pronto vá embora e o torne realidade se assim o quiser. Sou o autor da história, mas não do crime perfeito.
- Ora Dickens! Não me faça rir... Você é o principal idealizador, não pense estar muito distante dos futuros imitadores de sua obra. Você, meu caro, é tão culpado quanto nós... E depois...
Dickens interrompe abruptamente:
- Saiam já daqui, antes que eu me arrependa e cometa uma loucura. – Se olharam fixamente – Vamos, saiam!
E caminhando em direção à porta, Dickens sugeriu a saída dos assassinos de sua história. Então, levantando-se delicadamente e levando consigo toda a estratégia do assassinato, Any se despede:
- Não precisa pedir duas vezes, Dickens. – E se retira.
Após a saída, Dickens, como que para exaurir de si toda sua raiva, quebrou todo o escritório derrubando estantes, rasgando papéis e inutilizando sua própria mesa junto com a máquina de escrever que fora arremessada contra a parede. Do lado de fora, na outra sala, os funcionários escutavam sua fúria e viam de relance sua sombra no vidro enlouquecida, quebrando tudo.
Duas horas depois, recostado na parede da sala, diante dos escombros estava ele recluso em seus pensamentos. Permaneceu ali durante dias, não voltava para casa, não dormia e nem mesmo de sua higiene pessoal cuidava mais. Volta e meia sua encantadora secretária aparecia trazendo papéis e dúvidas sobre que procedimentos tomar no escritório. Porém, apenas com uma mão ao alto, Dickens a interrompia. A secretária permanecia desesperada e havia solicitado a ajuda de Neil, o jornalista mais dedicado e entendido dos casos de administração do escritório, enquanto Dickens permanecia em sua sala, praticamente jogado às traças, com marmitas e restos de comida em volta.
Diante da tv ligada, após uma semana, vira no noticiário a informação da morte do homem mais rico da cidade: Charles Gourson. A polícia havia entendido o caso como suicídio, porém, havia detetives que suspeitavam das evidências e como não tinham provas, concebiam a hipótese de ser aquele o mais belo e bem planejado assassinato. Sem provas, sem vestígios, sem suspeitos. Tratando-se mesmo de um crime perfeito.
Após três dias de relutância, vendo as várias informações e notícias sobre o caso, durante o ultimo plantão noticiário, Dickens foi ao telefone, fez uma ligação e ao completar informou:
- Sou o autor do crime perfeito.
Duas horas depois a polícia apareceu no local e deu por encerrado o caso salientando a idéia de que nenhum crime pode ser perfeito. Dickens foi condenado.
Após nove anos de prisão, Any cometeu um novo assassinato baseado na história de um outro escritor. No julgamento deste homicídio, que fora descoberto, ela confessou o Caso Dickens e então ele foi libertado e inocentado após tantos anos de sua vida na prisão.
Ao respirar o ar da liberdade, Dickens não suportou a mudança de vida e o pesar de sua crueldade. E na violenta cidade, enquanto passeava pelos escombros do mundo, avistou diante de si um viaduto. Num parque ao lado deste acontecia um estupro que ele presenciara no exato momento. Deixando a vítima desacordada por um soco na cara, o estuprador iniciou uma travessia tranqüila sobre a passarela, enquanto Dickens, do outro lado da rua observava.
Quando o sujeito chegou ao meio do viaduto, Dickens saiu correndo e atravessando a avenida foi de encontro ao homem do estupro ao qual se agarrou e caiu, junto com ele, de cima abaixo numa pista de tráfego constante. E só então Dickens concluiu a história do autor de um crime perfeito, pois naquele assassinato não havia o suspeito e nem mesmo um único culpado.
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