Lentamente
Acendo um cigarro
E trago-o profundamente.
Morremos, eu e ele, lentamente.
À luz da janela, a lua impera
Regendo uma orquestra cintilante
Enquanto deixo desenhar
no ar
a fumaça ansiosa e sedenta.
Trago-o novamente
Tentando amenizar e eternizar toda essa minha ansiedade.
Misteriosamente
Morro lentamente dando vida a outros
A partir desta que mato.
Morro e renasço dentro de mim tantas vezes
Que não conheço mais os limites da vida ou da morte.
Acho que tenho sorte.
Não a temerei se vier
Por conhecer exatamente o que ela é
Dentro e fora de mim.
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