Suadades de minha Infância
Ah, que saudades que eu tenho
De quando eu não sabia o que era ser libertino;
De quando a pureza de minh´alma não sabia o que era o palavrão
E nem entendia a política nem o lado podre de um coração.
Ah que saudades que eu tenho de minha infância...
Dos meus cabelos que mamãe penteava com elegância
Para no final da tarde mostrar-me como prole bem cuidada,
Lambida e engomada, fazendo juz à cadeira de mãe,
E ficar à porta de casa,
Olhando o movimento da rua,
Enquanto ouvia os homens contando histórias de outra ocasião.
Ah que saudades eu tenho desse tempo em que a gente quando está
Se apressa para que passe,
Mas que quando não está,
Se arrepende de ter ido.
Que saudades de não entender o que é maldade;
De não ver o mundo como injusto ou indigno
E em que cuja tão tenra idade
Permitia-me conhecer como palavreado ilícito
Apenas as coisas do sexo, do desejo e da libido.
Ah que saudades que eu tenho...
Do que tive e do que não tive quando criança!
Saudades que hoje ficam como herança
De um tempo em que eu era feliz,
não tão esperto,
porém mais vivo!
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